A Vale, uma das maiores mineradoras do mundo, está investindo em um ambicioso programa de mineração circular, com o objetivo de reaproveitar rejeitos e estéril em suas operações. Em 2024, a empresa pretende recuperar aproximadamente 7 milhões de toneladas de minério de ferro, impulsionando práticas sustentáveis que otimizam o uso de recursos naturais e reduzem a geração de resíduos.
O programa busca transformar a maneira como a mineração é conduzida, reduzindo o impacto ambiental e gerando valor econômico ao evitar a necessidade de extração de novos recursos. “Nosso programa visa maximizar o aproveitamento de minério de ferro nas reservas, reduzindo a geração de rejeitos e gerando valor para a Vale e para a sociedade”, afirma Rafael Bittar, vice-presidente executivo Técnico da Vale.
Mineração circular: redução de rejeitos e geração de valor
O programa de mineração circular envolve a reutilização de rejeitos que antes eram descartados em barragens ou pilhas. Em 2024, mais de 100 iniciativas estão sendo implementadas para otimizar o aproveitamento dos recursos minerais. Entre janeiro e junho deste ano, a Vale já recuperou 2 milhões de toneladas de minério de ferro, economizando cerca de R$ 100 milhões ao evitar etapas de transporte e armazenamento de rejeitos.
Essas ações têm impacto direto na redução da pegada de carbono da Vale. A expectativa é que o programa evite a emissão de 1,9 milhão de toneladas de CO2 até 2035, o que equivale à retirada de 1,2 milhão de automóveis populares das ruas durante um ano.
Coprodutos e economia circular
Além de recuperar minério, o programa de mineração circular da Vale está criando novos produtos a partir dos subprodutos da mineração, como a areia sustentável e os blocos de construção. Em 2021, a empresa iniciou a produção de areia reaproveitada, após sete anos de pesquisa. A areia sustentável já destinou mais de 2,1 milhões de toneladas para projetos de pavimentação e construção civil.
A Fábrica de Blocos do Pico, inaugurada em 2020, transforma rejeitos em blocos e pisos intertravados, promovendo a economia circular na construção civil. Localizada em Itabirito, Minas Gerais, a fábrica reaproveita 30 mil toneladas de rejeitos por ano e contribui para a preservação de recursos naturais, como a areia, cada vez mais escassa.
Mineração circular em Minas Gerais e Pará
Em Minas Gerais, a Vale está eliminando pilhas de estéril da Mina de Serrinha, transportando o material para a usina de Mutuca, em Nova Lima, onde será reaproveitado. No Pará, o projeto Gelado, em Serra Norte, visa o reaproveitamento de 138 milhões de toneladas de rejeitos acumulados ao longo de 37 anos de operação. O objetivo é reduzir 62% dos rejeitos na barragem e produzir pellet feed de altíssima qualidade.
Esses projetos demonstram o compromisso da Vale com a sustentabilidade ambiental e a inovação tecnológica, alinhando suas operações às demandas globais por práticas mais responsáveis.
O futuro da mineração sustentável
Com seu programa de mineração circular, a Vale está na vanguarda da inovação no setor de mineração, priorizando a sustentabilidade e a criação de valor a partir de materiais que antes seriam descartados. A empresa está transformando a maneira como opera, reduzindo custos, otimizando recursos e diminuindo o impacto ambiental.
A expectativa é que as tecnologias e práticas adotadas no programa sejam replicadas em outras operações da Vale, promovendo uma mineração mais eficiente, sustentável e economicamente viável. O sucesso dessas iniciativas reforça o papel da empresa como líder global em sustentabilidade e inovação no setor de mineração.