Não é novidade que a satisfação que um alimento pode proporcionar está relacionada a muitos outros fatores além do sabor, mas o que é pouco conhecido é o fato de que existe uma ciência que estuda esses fatores que influenciam as escolhas alimentares: a gastrofísica.
A gastrofísica é uma nova área da ciência desenvolvida pelo professor de psicologia da Universidade de Oxford, Charles Spence, o qual aponta que a nossa percepção do sabor pode mudar de acordo com vários fatores, visto que o ato de comer é uma experiência sensorial completa, que ativa todos os sentidos e influencia também o nosso humor e expectativas que, aliadas às memórias afetivas associadas a uma refeição, fazem com que o prazer à mesa esteja muito mais na mente do que na boca.
Elementos como o peso dos talheres, a cor dos pratos, a música ambiente, o local em que se faz a refeição, as companhias e o preço do alimento ou bebida influenciam nas sensações inerentes ao consumo. Por exemplo, quando o prato é caro, ele passa a ideia de ser mais gostoso e valer o alto investimento. Quanto mais pesados os talheres, mais luxuosos são, o que faz com que a comida servida seja considerada mais gostosa. Além disso, quando uma refeição é feita na companhia de uma outra pessoa, a tendencia é que a ingestão seja 35% maior do que quando se está sozinho, sendo a ingestão aumentada de forma diretamente proporcional ao tamanho do grupo, devido a maior quantidade e variedade de comida disponível. Já o hábito de ouvir canções tranquilas durante a refeição, como uma música clássica, pode ajudar a comer com mais calma e em menor quantidade.
Conhecer os princípios da gastrofísica pode ser uma importante estratégia para driblar os efeitos que uma alimentação inconsciente pode gerar. A alimentação precisa ser vista considerando todos os fatores que a influenciam de modo a garantir uma experiência satisfatória em todos os sentidos.
