O Grupo de Resposta aos Animais em Desastres (GRAD) está atuando no Pantanal Norte, no Mato Grosso, para combater os impactos devastadores da seca extrema que assola a região. O grupo, composto por bombeiros, brigadistas e veterinários, está focado na hidratação e cuidado dos animais que estão sofrendo com a falta de água e alimento. Entre os membros, destaca-se Daniel Drovet, bombeiro, brigadista e veterinário de Ouro Preto, Minas Gerais, que concedeu uma entrevista exclusiva ao jornal Mais Minas sobre a missão do grupo.
Segundo Daniel, a equipe está realizando a dessedentação, ou seja, o fornecimento de água para os animais que estão em áreas afetadas pela seca severa.
“Já montamos 15 pontos estratégicos com mil litros de água cada um, além de dois coxos em cada local”, cita Daniel.
Esses pontos são monitorados constantemente por câmeras trap, um equipamento avançado que capta imagens e vídeos através de sensores de movimento, permitindo que o GRAD acompanhe remotamente o comportamento dos animais e o consumo de água. Essa ação é voluntária e que gera muita comoção, chamou a atenção até mesmo de influenciadores como Whindersson Nunes que visitou o Pantanal para conhecer o trabalho de perto.
Câmeras Trap: Uma Ferramenta de Monitoramento Vital
As câmeras trap, utilizadas na missão, são essenciais para o sucesso do projeto de dessedentação. Esses dispositivos são ativados por sensores de movimento e infravermelho, gravando vídeos ou fotos sempre que detectam a presença de animais. Isso permite que o GRAD monitore o acesso à água sem a necessidade de presença constante no local, otimizando o controle da operação em áreas de difícil acesso. Daniel ressalta que as câmeras ajudam a garantir que os animais estejam realmente utilizando os pontos de água montados e, mais do que isso, proporcionam dados valiosos sobre o estado desses animais.
Monitoramento também no Pico do Itacolomi, em Ouro Preto
Além do trabalho no Pantanal, Daniel revelou um detalhe interessante: as câmeras trap também estão sendo utilizadas para monitorar a fauna no Pico do Itacolomi, em Ouro Preto. Devido às queimadas e ao tempo seco, a equipe está acompanhando a situação de perto, com o objetivo de identificar animais que possam estar em risco devido à falta de água.
“Alguns animais podem sucumbir à sede nessa região, e depois das queimadas, vem a fome, pois tudo queima e gera uma escassez de alimentos para os animais”, explica Daniel.
A atuação do GRAD no Pantanal é uma prova da importância de ações emergenciais em tempos de desastres ambientais, não apenas salvando vidas, mas também mantendo o ecossistema em equilíbrio. A esperança é que essas medidas preventivas ajudem a mitigar os efeitos devastadores das secas e queimadas, que têm se tornado cada vez mais frequentes no Brasil.
O trabalho incansável do GRAD e de profissionais como Daniel Drovet, que dedicam tempo e energia à proteção da fauna, é um lembrete de que, mesmo em situações extremas, há formas de preservar e cuidar do meio ambiente. Seja no Pantanal ou no Pico do Itacolomi, essas ações são essenciais para garantir a sobrevivência de muitos animais que dependem dos recursos naturais, como a água e o alimento, cada vez mais escassos devido às mudanças climáticas e aos desastres ambientais.