Preso em Governador Valadares suspeito de matar a ex-companheira em Belo Horizonte

Na última terça-feira (8/10), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deu um importante passo nas investigações sobre a morte de uma mulher de 59 anos, encontrada morta em seu apartamento no bairro Jaraguá, em Belo Horizonte. O principal suspeito do crime, um homem de 70 anos, foi preso em flagrante em Governador Valadares, no Leste do estado, acusado de feminicídio. A prisão foi resultado de um cerco realizado pela PCMG, com o apoio da Polícia Militar, após uma intensa investigação que revelou os detalhes trágicos da morte da vítima.

Preso em Governador Valadares suspeito de matar a ex-companheira em Belo Horizonte
Crédito: Divulgação/PCMG

A vítima, que morava há 26 anos no mesmo apartamento, foi encontrada morta no dia 7 de outubro de 2024, um dia após seus colegas de trabalho e amigos começarem a se preocupar com sua ausência. “Ela não respondia às mensagens de suas amigas no domingo, e não apareceu para o trabalho na manhã de segunda-feira. Preocupados, seus colegas acionaram os vizinhos e o síndico do prédio, que, junto ao Corpo de Bombeiros e um chaveiro, conseguiram abrir o imóvel. Ao entrarem, encontraram o corpo sem vida da vítima”, detalha a delegada Iara França, responsável pelas investigações.

Apesar de inicialmente o caso ser tratado como um simples encontro de cadáver, uma análise mais detalhada do corpo e a necropsia indicaram que a mulher havia sido assassinada. O laudo pericial confirmou que a causa da morte foi constrição mecânica do pescoço, ou seja, ela foi enforcada, caracterizando o feminicídio.

Relacionamento conturbado e prisão do suspeito

O suspeito, um homem de 70 anos, tinha sido companheiro da vítima por 13 anos, mas o relacionamento havia terminado há seis meses. A princípio, os dois mantinham uma relação amigável, mas a convivência parecia ainda provocar tensões. No dia do crime, segundo a delegada Iara França, o investigado esteve no apartamento da ex-companheira, e os dois começaram a beber vinho juntos.

“De acordo com o suspeito, durante o encontro, houve uma discussão acalorada, provocada por um comentário feito pela vítima sobre a filha dele. Em determinado momento, a discussão se intensificou e, em um impulso, ele a enforcou. Quando percebeu que ela estava sem vida, ele colocou o corpo sobre a cama”, explica a delegada.

Delegada Iara França – Crédito: Divulgação/PCMG

Busca e captura em Governador Valadares

Após a autuação por feminicídio, a PCMG iniciou um intenso cerco para capturar o suspeito. “Imediatamente, iniciamos as buscas e fomos atrás das informações que poderiam nos levar ao suspeito. Sabíamos que ele não estava em nenhum lugar que costumava frequentar. Com o tempo, recebemos informações de que ele estaria no interior da Bahia, e rapidamente montamos um cerco nos estados de Minas Gerais e Bahia”, conta a delegada Iara França.

Foi em Governador Valadares, no Leste de Minas, que a polícia conseguiu interceptá-lo e realizar a prisão. Ele foi capturado com a ajuda da Polícia Militar de Governador Valadares, sendo imediatamente levado ao sistema prisional. O homem está agora à disposição da Justiça, aguardando os próximos desdobramentos legais.

Feminicídio: Um crime que marca a luta contra a violência doméstica

Este caso, que abalou a cidade de Belo Horizonte, é mais uma triste estatística que coloca a violência contra a mulher em evidência. O feminicídio, definido como o assassinato de uma mulher em contexto de violência doméstica ou de gênero, continua sendo um dos crimes mais cruéis e recorrentes no Brasil.

O feminicídio é um crime que não só interrompe uma vida, mas também destrói famílias e impacta profundamente a sociedade. As autoridades seguem trabalhando para identificar e punir os responsáveis, ao mesmo tempo em que buscam formas de prevenção e apoio às vítimas, que muitas vezes enfrentam um ciclo de abuso e silêncio.

O caso que ocorreu em Belo Horizonte destaca a necessidade de maior atenção às relações conturbadas e aos sinais de violência. Mesmo após o fim de um relacionamento, as vítimas podem continuar sofrendo ameaças e agressões por parte de seus ex-companheiros. Esse tipo de crime revela, mais uma vez, a urgência de políticas públicas que combatam a violência doméstica e a promoção de ambientes mais seguros para mulheres.

Repercussão e apoio às vítimas de feminicídio

As investigações continuam, e, enquanto o suspeito permanece preso, a sociedade se mobiliza para refletir sobre os mecanismos que ainda permitem que crimes de feminicídio aconteçam com tamanha frequência. Organizações da sociedade civil e movimentos feministas relembram que é fundamental a implementação de medidas eficazes de prevenção à violência contra a mulher, como o fortalecimento de leis e políticas públicas de apoio.

A delegada Iara França, ao final, deixa um recado importante: “O trabalho da polícia é incessante quando se trata de crimes como o feminicídio. Nossa missão é garantir que essas vítimas não sejam esquecidas e que os autores desses crimes sejam responsabilizados. Contudo, é também essencial que, como sociedade, possamos educar e conscientizar, para que possamos um dia erradicar essa violência.”

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