Antiga profissão de taquígrafo resiste e atrai com salários de mais de R$ 10 mil

Conheça as responsabilidades e as oportunidades desta profissão em concursos públicos no Brasil

A taquigrafia, técnica de escrita rápida que transcreve discursos e eventos em tempo real, segue como uma profissão essencial em órgãos legislativos, tribunais e empresas de eventos. Com remunerações que podem ultrapassar R$ 10 mil em concursos públicos, a carreira ainda atrai interessados, apesar de ser considerada uma ocupação tradicional.

Antiga profissão de taquígrafo resiste e atrai com salários de mais de R$ 10 mil
O taquígrafo é responsável por registrar, em tempo real, o conteúdo de discursos, debates e depoimentos - Crédito: Roberto Guedes/ALPB

O taquígrafo é responsável por registrar, em tempo real, o conteúdo de discursos, debates e depoimentos. Usando um sistema de escrita rápida, a função é vital em locais onde a documentação precisa ser precisa, como no Congresso Nacional, assembleias legislativas e câmaras municipais.

Além de captar informações oralmente e transformá-las em textos legíveis, os profissionais realizam revisões para garantir a fidelidade das transcrições. A atividade exige concentração, habilidades técnicas e domínio do sistema taquigráfico adotado.

Segundo Valéria Alves, especialista em taquigrafia e instrutora da área, “a profissão demanda prática constante e conhecimento profundo da linguagem. Não é apenas escrever rápido; é preciso interpretar e traduzir a mensagem de forma clara.

Áreas de atuação e importância

Apesar de estar fortemente ligada ao setor público, a taquigrafia também é utilizada em conferências, audiências judiciais e assembleias de empresas privadas. O diferencial do profissional está em sua capacidade de registrar com exatidão eventos que ocorrem ao vivo, criando registros permanentes para consulta futura.

A taquigrafia tem grande importância em tribunais, especialmente para garantir que depoimentos sejam registrados de forma íntegra, sem alterações. O mesmo ocorre em sessões legislativas, onde cada palavra dita pode ter implicações legais e históricas.

No Senado, registro taquigráfico das sessões plenárias é feito presencialmente – Crédito: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Salários e concursos públicos

Uma das razões para o interesse pela profissão é a remuneração atrativa. Em concursos públicos, a remuneração inicial para taquígrafos costuma variar entre R$ 7 mil e R$ 10 mil, podendo ultrapassar esses valores com benefícios e progressões na carreira.

Alguns dos concursos mais recentes ofereceram oportunidades para taquígrafos em tribunais regionais e assembleias legislativas:

  • Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP): salário inicial de R$ 10.930 para analista legislativo com especialidade em taquigrafia.
  • Senado Federal: remuneração inicial superior a R$ 19 mil.
  • Tribunal Regional do Trabalho (TRT): cargos com salários entre R$ 9 mil e R$ 12 mil.
  • Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP): vagas para taquígrafo com salários iniciais de R$ 8.300.

Como se tornar um taquígrafo

Embora existam cursos técnicos e especializados na área, muitos profissionais aprendem taquigrafia por conta própria, utilizando materiais disponíveis online ou contratando instrutores particulares. O conhecimento de português, gramática e habilidades de escuta também são fundamentais para quem deseja atuar na área.

Os sistemas de taquigrafia variam, mas os mais utilizados no Brasil são o Sistema Brasileiro de Taquigrafia (SBT) e o método Gregg, que possuem formas distintas de representar palavras e frases. O aprendizado pode levar de 6 meses a 1 ano, dependendo do nível de dedicação.

A evolução da taquigrafia

Apesar dos avanços tecnológicos, como gravações de áudio e inteligência artificial, a taquigrafia permanece relevante por oferecer precisão e eficiência. Em muitos casos, ela é utilizada em conjunto com a tecnologia, garantindo que os registros sejam transcritos e revisados de maneira fiel.

O fator humano ainda é insubstituível”, afirma Valéria Alves. “Nenhum sistema automatizado consegue captar nuances, entonações e contextos tão bem quanto um profissional treinado.”

Embora a profissão não esteja em alta como outras áreas da tecnologia, a demanda por taquígrafos em órgãos públicos e eventos específicos assegura sua continuidade. Além disso, a aposentadoria de muitos profissionais que atuam há décadas abre espaço para novos talentos.

Para quem deseja ingressar na área, a dica é iniciar o aprendizado o quanto antes e acompanhar os editais de concursos públicos que frequentemente exigem a habilidade. A dedicação ao ofício pode render bons frutos em termos de estabilidade e remuneração.

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