Durante uma inspeção de rotina, a Vale informou a detecção de trincas superficiais na barragem Forquilha III, localizada na mina de Fábrica, em Ouro Preto, Região Central de Minas Gerais. A barragem já está classificada no nível 3 de emergência, o mais alto da escala de risco para estruturas desse tipo.
Apesar das fissuras encontradas, a mineradora garantiu que as condições de estabilidade da barragem permanecem inalteradas. Um plano de ação foi imediatamente implementado para investigar e, se necessário, corrigir qualquer falha estrutural. A empresa afirmou que mantém as autoridades competentes informadas e que medidas preventivas estão sendo adotadas.
Fissuras e medidas imediatas
De acordo com a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), a Vale notificou, na última sexta-feira (13), a presença de duas trincas de aproximadamente 1 cm de espessura e comprimento variando de 2 a 5 metros. Durante uma fiscalização, outras duas fissuras foram detectadas, uma medindo 10 metros e outra 4 metros de comprimento.
A estiagem prolongada na região foi apontada como a possível causa dessas anomalias, levando ao ressecamento do solo nas áreas adjacentes à barragem. As trincas são descritas como superficiais, mas estudos mais detalhados estão em curso para garantir a segurança da estrutura. A Feam determinou que a Vale protocole um plano de ação para inspeção completa do maciço da barragem, além da caracterização e tratamento das fissuras.
Monitoramento contínuo e riscos mitigados
Embora as fissuras tenham sido detectadas, a área ao redor da barragem já havia sido esvaziada previamente, com a ausência de comunidades na zona de risco. A Forquilha III é uma das duas barragens em Minas Gerais que se encontram no nível máximo de emergência, junto com a barragem da mina de Serra Azul, da ArcelorMittal, em Itatiaiuçu, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Com 77 metros de altura e capacidade para armazenar 19,4 milhões de metros cúbicos de rejeitos, a Forquilha III está passando por um processo de descaracterização. Este processo, que visa desativar a estrutura de forma segura, está previsto para ser concluído até o ano de 2035. Enquanto isso, a barragem continua a ser monitorada permanentemente.
Segunda anomalia em 2024
Este não é o primeiro problema registrado na barragem este ano. Em março de 2024, a Vale identificou uma anomalia em um dreno da Forquilha III, quando foi observado o acúmulo de material sedimentado na saída do dispositivo de drenagem. Na ocasião, assim como agora, as condições de estabilidade permaneceram intactas.
Após a identificação da falha, a Vale iniciou obras de reparação, concluídas no mês de abril, eliminando o risco identificado na época.
Investigação e ações futuras
A Vale se comprometeu a seguir com as verificações adicionais e manter os órgãos reguladores informados sobre o progresso das investigações e correções. A Feam acompanha de perto o desenvolvimento da situação, visando garantir que as trincas detectadas sejam adequadamente tratadas, sem comprometer a segurança da barragem.
A situação em torno da barragem Forquilha III acende um alerta para a necessidade constante de monitoramento de estruturas de risco, especialmente em regiões sujeitas a impactos ambientais como a estiagem.