A família de Daniel Alves, fisiculturista ouro-pretano de 23 anos, acusa a Polícia Militar de Minas Gerais de uso excessivo de força durante uma abordagem na madrugada desta quinta-feira (19), no distrito de Cachoeira do Campo, Ouro Preto. Daniel, que recentemente conquistou o primeiro lugar em duas categorias de fisiculturismo e o segundo lugar na Games Classic, sofreu graves ferimentos, incluindo afundamento craniano, após um surto psicótico, constatado em laudo médico.
Um campeão e empreendedor
Além de atleta, Daniel é sócio da loja de suplementos “Biofit”, localizada no shopping Jardins Street Mall, em Cachoeira do Campo. Segundo sua prima, Danila Gregório, Daniel sempre foi um trabalhador dedicado e sem antecedentes criminais. “Daniel é um jovem tranquilo, não tem ficha criminal e está sempre focado no esporte e nos negócios”, ressaltou a prima.
O surto e a abordagem policial
De acordo com familiares, Daniel sofreu um surto psicótico sem causa aparente, o que levou à intervenção da segurança do shopping e, posteriormente, à acionamento da Polícia Militar. Testemunhas afirmam que Daniel danificou um veículo durante o episódio, mas seus advogados ainda não conseguiram acessar as imagens das câmeras de segurança do local para confirmar o incidente.
No entanto, a família alega que a ação policial foi desproporcional e violenta. Segundo Danila, “Daniel foi atingido por vários golpes de cassetete, o que causou o afundamento do crânio. Ele estava desarmado e a abordagem poderia ter sido feita de maneira menos agressiva, com o uso de spray de pimenta ou algemas.”
Estado de saúde e espera por cirurgia
Daniel foi levado ao Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, onde está internado e aguarda cirurgia devido à gravidade dos ferimentos. A família expressa profunda preocupação com o estado de saúde do jovem fisiculturista e clama por justiça. “Esperamos que os policiais envolvidos sejam punidos. Não podemos aceitar esse tipo de violência”, desabafou Danila.
Investigação e resposta da PM
O Mais Minas entrou em contato com o 52° Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais, que informou que a Polícia Militar instaurou um procedimento para apurar, formalmente, a conduta dos militares.