Impresso ou imprimido: quando usar cada forma?

O uso de verbos no particípio, regulares e irregulares, é uma questão que frequentemente gera dúvidas na língua portuguesa. Exemplos como impresso e imprimido ilustram como os particípios podem variar dependendo do contexto e do verbo auxiliar empregado. Entender a diferença entre essas formas é fundamental para utilizar a norma culta do idioma corretamente.

Impresso ou imprimido: quando usar cada forma?

Conforme explica o professor Sérgio Nogueira em sua coluna no portal G1, “as formas irregulares, como impresso, são mais usuais na voz passiva, enquanto as regulares, como imprimido, aparecem em tempos compostos”. Essa distinção é essencial para evitar erros gramaticais.

O que são os particípios?

Os particípios são formas verbais que indicam ações concluídas e são usados na formação de tempos compostos e na voz passiva. No português, os particípios podem ser classificados como regulares ou irregulares.

Os particípios regulares terminam em -ado (para verbos da 1ª conjugação) ou -ido (para verbos da 2ª e 3ª conjugação), como em falado (falar) e vendido (vender). Já os particípios irregulares possuem forma distinta e nem sempre seguem um padrão fixo, como escrito (escrever) e posto (pôr).

A diferença entre impresso e imprimido

O verbo imprimir é um exemplo clássico que apresenta as duas formas de particípio. A escolha entre imprimido e impresso depende do verbo auxiliar utilizado:

1) Impresso é usado com os verbos ser e estar, indicando voz passiva.

Exemplos:

  • O documento foi impresso ontem.
  • Os relatórios estão impressos sobre a mesa.

2) Imprimido é usado com o verbo ter ou haver, indicando tempos compostos.

Exemplos:

  • Eu tinha imprimido as provas antes da reunião.
  • Havíamos imprimido todos os cartazes para o evento.

Essa distinção ocorre em outros verbos com particípios duplos, como aceitar (aceito e aceitado), entregar (entregue e entregado) e pagar (pago e pagado).

Por que há formas duplas?

O fenômeno dos particípios duplos é resultado de uma evolução histórica na língua portuguesa. Muitos particípios irregulares foram herdados do latim e, com o tempo, conviveram com formas regulares criadas posteriormente. Essa coexistência gerou o uso distinto que conhecemos hoje.

De acordo com o gramático Evanildo Bechara, em sua obra Moderna Gramática Portuguesa, “os particípios irregulares são resquícios de uma herança linguística que se preservou, enquanto as formas regulares surgiram da tendência natural de regularização dos verbos”.

Exemplos práticos para evitar confusões

Confira mais exemplos que ilustram a diferença entre particípios regulares e irregulares:

Aceitar

  • Regular: “Ele havia aceitado as condições do contrato.”
  • Irregular: “As condições foram aceitas pelo cliente.”

Pagar

  • Regular: “O cliente havia pagado a fatura antes do vencimento.”
  • Irregular: “A fatura está paga desde ontem.”

Entregar

  • Regular: “Eles tinham entregado os produtos no prazo combinado.”
  • Irregular: “Os produtos foram entregues pela transportadora.”

Resumindo | Qual a forma correta: impresso ou imprimido?

Ambas as formas estão corretas, mas seu uso depende do contexto. A confusão surge quando se tenta aplicar uma forma em um caso onde ela não é apropriada. Por isso, é importante memorizar que:

  • Use impresso com ser e estar.
  • Use imprimido com ter e haver.

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