A JMN Mineração anunciou uma drástica redução de seu quadro de colaboradores na unidade localizada entre Piracema e Desterro de Entre Rios, região Central de Minas Gerais. As informações são do Diário do Comércio.
A medida, que será implementada a partir da segunda quinzena de janeiro de 2025, reduzirá o número de empregados de 359 para 125, como parte de um novo plano de produção e ajustes operacionais necessários.
Em nota, a mineradora informa que a reestruturação visa enfrentar os desafios enfrentados pelo setor minerário no Brasil nos últimos anos e assegurar a continuidade das atividades.
“A decisão foi tomada após esgotar todas as possibilidades e esforços para preservar os postos de trabalho”, declarou a JMN.
A companhia também destacou que já iniciou o diálogo com representantes sindicais, com o intuito de garantir que todos os direitos dos trabalhadores sejam preservados, reforçando seu compromisso com uma condução transparente e alinhada aos valores corporativos.
O Sindicato Metabase Inconfidentes, que representa os trabalhadores da indústria de mineração na região, foi informado sobre a situação na sexta-feira, 10 de janeiro. Rafael Ávila, diretor da entidade, revelou que, segundo a empresa, 204 colaboradores serão demitidos e outros 30 serão transferidos para a Ferro + Mineração, também do grupo J.Mendes, localizada entre Ouro Preto e Congonhas.
“Até o dia 26 de janeiro, todos os trabalhadores estarão de licença remunerada”, informou Ávila. A justificativa apresentada pela JMN é que a unidade possui baixo teor de minério e baixa disponibilidade do insumo siderúrgico, o que inviabiliza a manutenção da estrutura atual.
Críticas à abordagem da JMN
Rafael Ávila criticou a forma como a situação foi conduzida pela empresa, afirmando que a decisão foi tomada sem consulta prévia ao sindicato ou consideração de soluções alternativas. Segundo ele, a JMN poderia ter adotado medidas menos drásticas, como a concessão de férias coletivas ou a aplicação de layoff, evitando assim um impacto tão significativo na vida dos trabalhadores.
“Estão priorizando a maximização de lucros em detrimento dos trabalhadores. Poderiam ter utilizado a mão de obra na expansão de pilha de rejeitos em Congonhas, que está em fase de licenciamento ambiental”, declarou o dirigente sindical.
Ações do sindicato e medidas futuras
O Sindicato Metabase Inconfidentes afirmou que não medirará esforços para reverter a decisão da JMN e garantir os empregos. Caso as negociações com a empresa não avancem, a entidade pretende acionar a Justiça para buscar indenizações e outras formas de reparo aos trabalhadores.
“Estamos tentando um diálogo, mas, se for necessário, iremos judicializar a questão. Não vamos permitir que os trabalhadores fiquem desamparados”, afirmou Ávila.
Nesta terça-feira, 14 de janeiro, o sindicato terá uma reunião com representantes da JMN e, posteriormente, oficializará o caso ao Ministério Público do Trabalho. Uma audiência com os trabalhadores está prevista para quinta-feira, 16 de janeiro, com o objetivo de mobilizar a categoria e definir os próximos passos da luta.
Além disso, o sindicato solicitou o apoio do prefeito de Desterro de Entre Rios, Waguinho Duarte, para viabilizar uma audiência pública antes do dia 26, com a participação de lideranças locais e autoridades.