Mariana recebe oficinas gratuitas de Educação Patrimonial do programa Iphan+80

por Rodolpho Bohrer

A cidade de Mariana, conhecida por sua rica história e patrimônio cultural, está recebendo oficinas de Educação Patrimonial que têm encantado participantes e inspirado outras localidades. A nova etapa do Programa Educativo Iphan+80 visa formar professores e agentes culturais, oferecendo capacitação para atuarem como multiplicadores na preservação do patrimônio. Com inscrições abertas, as oficinas são gratuitas e oferecem 40 vagas para os interessados em aprofundar seus conhecimentos e práticas na área.

Mariana recebe oficinas gratuitas de Educação Patrimonial do programa Iphan+80
Crédito: Amanda Salgado

O Programa Educativo Iphan+80, que no primeiro semestre realizou intervenções artísticas em muros de cidades como Belo Vale, Congonhas, Ouro Branco, Miguel Burnier, Mariana, Juiz de Fora e Cataguases, entrou em uma nova fase de formação. Após a conclusão da etapa de pintura de murais que representavam bens culturais locais, o projeto agora oferece oficinas voltadas para a formação de multiplicadores, engajando as comunidades na defesa de seus patrimônios.

Os primeiros municípios a receberem as oficinas foram Cataguases, Juiz de Fora e Congonhas. Participantes relataram a experiência positiva, destacando a abordagem diferenciada das oficinas, que vão além dos conceitos técnicos de patrimônio. Segundo Alex Ventura, multiplicador de Cataguases, “esperávamos uma abordagem técnica, mas a dinâmica aplicada tornou tudo muito divertido.” Essa metodologia busca conectar os participantes com o patrimônio por meio de vivências sensíveis, que estimulam um envolvimento afetivo com a história local.

Zelda Maia, assistente da coordenação do Programa, explica que o enfoque das oficinas é sensibilizar os participantes para a importância da preservação patrimonial de maneira prática e envolvente. “As oficinas não se prendem a conceitos frios sobre o que é patrimônio. Elas permitem que os participantes redescubram seu patrimônio por meio de suas histórias de vida e experiências pessoais”, afirmou Zelda.

As oficinas do Programa Educativo Iphan+80 estão programadas para ocorrer até o final de setembro. Durante os encontros, os inscritos têm a oportunidade de mergulhar em uma jornada de redescoberta do patrimônio cultural de suas cidades. Além das discussões teóricas, os participantes vivenciam atividades que envolvem todos os sentidos, promovendo um aprendizado dinâmico e significativo.

Os participantes receberão um certificado de Multiplicador do Programa, além de materiais pedagógicos, como o “Caderno do Professor”. Esse material inclui conceitos de educação patrimonial e sugestões de atividades aplicáveis em diversos contextos, como escolas, centros culturais e museus. Em Mariana, as oficinas ocorrerão nos dias 10 e 11 de setembro, no Centro de Convenções Alphonsus de Guimarães. As inscrições estão abertas pelo site oficial do programa, em iphan80.com.br.

Mariana, a primeira capital de Minas Gerais, é um verdadeiro celeiro de tradições e expressões culturais. A cidade é preservada por artistas, poetas e artesãos que mantêm vivas suas tradições. Entre eles, as bordadeiras da Academia Marianense de Bordados, que participaram das intervenções artísticas, foram um destaque especial, mostrando como arte e patrimônio se entrelaçam.

Na primeira fase do programa, artistas como Chico Simões e Anna Göbel pintaram murais que retratavam o casario, igrejas, e manifestações culturais locais. As pinturas não apenas embelezaram as cidades, mas também conectaram os moradores com suas próprias histórias, valorizando a cultura local de forma visual e acessível. Mariana foi uma das cidades que mais se destacou nessa fase, com o envolvimento da comunidade e a integração de alunos, professores e colaboradores.

Amanda Salgado, arte-educadora do Programa, relembra um momento marcante em Mariana, onde a participação da escola foi essencial para o sucesso da intervenção. “A princípio, sentimos que os alunos estavam presos dentro da escola e nós do lado de fora. Mas, com diálogo e envolvimento dos funcionários, a escola se abriu e todos participaram. Foi um momento único”, relatou Amanda.

O Programa Educativo Iphan+80 é uma iniciativa do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em parceria com a Akala, organização cultural de Belo Horizonte. O projeto é viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura e conta com o apoio de patrocinadores como MRS, Gerdau e BAUMINAS. A missão do programa é integrar arte, educação e comunidade, promovendo a conscientização e valorização do patrimônio cultural brasileiro.

O Iphan é responsável por proteger e promover os bens culturais do país, assegurando sua preservação para as gerações futuras. Já a Akala, reconhecida por sua atuação em projetos educativos, busca continuamente novas formas de conectar pessoas e cultura. O sucesso das oficinas em Mariana é um exemplo do poder transformador da educação patrimonial quando aplicada de forma sensível e afetiva.

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Rodolpho Bohrer
Sócio proprietário e fundador do Mais Minas e jornalista em formação pela Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). Redator de cidades, tecnologia e política, além de link builder na Agência MaisPost e redator do portal O Noroeste.
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