Mulheres podem se alistar no Exército pela primeira vez

Primeira oportunidade de alistamento voluntário para mulheres nas Forças Armadas começa em 2026

Mulheres podem se alistar no Exército pela primeira vez

Pela primeira vez na história, o Comando Militar do Oeste (CMO) abriu vagas para o alistamento militar feminino, com 99 posições disponíveis. O processo de inscrição, que se encerra em 30 de junho de 2025, marca uma etapa pioneira no ingresso de mulheres nas Forças Armadas. As inscrições podem ser feitas de maneira presencial ou online, oferecendo opções para as interessadas se alistarem no Exército, Marinha ou Aeronáutica. A previsão é que as primeiras recrutas sejam incorporadas a partir de 2026.

O alistamento voluntário para mulheres difere do processo tradicional masculino, que é compulsório. As candidatas devem ser nascidas a partir de 2007 e poderão optar por servir em organizações militares localizadas na cidade de Campo Grande e nas unidades da Marinha em Corumbá e Ladário. “Essa iniciativa representa um passo importante para a inclusão feminina nas Forças Armadas e reflete o compromisso do país com a equidade de gênero”, afirmou o coronel Eduardo Bastos, porta-voz do CMO.

O processo seletivo será realizado em cinco etapas: alistamento, seleção geral, seleção complementar, designação/distribuição e, finalmente, incorporação. Durante as fases iniciais, as candidatas serão avaliadas quanto à aptidão física e mental, além de requisitos específicos exigidos pela unidade militar escolhida.

“Apesar de ser um alistamento voluntário, a partir do momento em que a candidata é incorporada, o serviço militar passa a ser obrigatório, com as mesmas responsabilidades e deveres aplicáveis aos homens”, explicou o capitão Lucas Andrade, membro da comissão de seleção.

Critérios e requisitos para inscrição

As interessadas em participar do processo devem atender a alguns critérios estabelecidos pelo Ministério da Defesa. Além da idade mínima exigida, a candidata precisa estar em boas condições de saúde e não possuir antecedentes criminais. O ministério também destacou a importância da fluência em inglês, especialmente para aquelas que pretendem atuar em posições que exijam interação internacional.

“Os requisitos foram estabelecidos com base na demanda de cada unidade militar. A fluência em inglês, por exemplo, será exigida para vagas que envolvam comunicação internacional e participação em missões de paz”, explicou o tenente-coronel Fábio Rezende.

Além disso, as candidatas que possuírem formação acadêmica nas áreas de comunicação, engenharia, saúde e tecnologia terão preferência no processo seletivo. “O objetivo é atrair talentos que possam contribuir para a modernização das Forças Armadas”, acrescentou Rezende.

Crescimento da participação feminina nas Forças Armadas

A abertura do alistamento feminino ocorre em um contexto de crescente participação de mulheres nas instituições militares brasileiras. Nos últimos anos, houve um aumento significativo no número de oficiais e praças do sexo feminino, com mais de 20 mil mulheres integrando o efetivo das três forças.

“A inclusão feminina traz um novo dinamismo às instituições militares, ampliando a diversidade e fortalecendo a capacidade operacional das tropas”, destacou a capitã Daniela Santos, primeira mulher a assumir o comando de uma unidade de artilharia no Brasil.

Essa maior representação feminina também reflete uma tendência global. Em países como Estados Unidos, França e Israel, as mulheres já desempenham papéis de liderança em diversas operações militares. No Brasil, a expectativa é que a abertura do alistamento voluntário impulsione ainda mais essa tendência, promovendo a igualdade de oportunidades dentro das Forças Armadas.

Iniciativas para estimular a diversidade

Além do alistamento, o Ministério da Defesa tem investido em diversas iniciativas para fomentar a diversidade no ambiente militar. Programas de capacitação, bolsas de estudo e intercâmbios internacionais estão entre as ações promovidas pelo governo.

Uma das medidas mais recentes foi a criação do Comitê de Diversidade e Inclusão das Forças Armadas, que tem como objetivo garantir a equidade de gênero nas promoções e designações de cargos. “Nosso compromisso é assegurar que homens e mulheres tenham as mesmas chances de crescimento dentro das Forças Armadas”, afirmou o ministro da Defesa, general Augusto Ribeiro.