Natal: entenda a diferença entre Chester, Fiesta, Peru e outras carnes

Natal: entenda a diferença entre Chester, Fiesta, Peru e outras carnes

O chester, fiesta, peru, tender, lombo suíno, pernil, bacalhau, costela e cordeiro são as carnes mais comuns encontradas na mesa do Natal no Brasil e em outros países. Elas possuem algumas diferenças, embora algumas sejam iguais. Calma que logo você entenderá. 

Uma mesa farta com uma grande carne, podendo ser ave, ao centro, é uma das fotografias mais tradicionais de serem vistas durante a época do ano de grande movimentação econômica. 

Mas no calor de adquirir produtos costumeiros do Natal, muitas pessoas acabam adquirindo carnes, algumas com valor superior das consumidas cotidianamente, sem saber ao certo do que se trata. As merchans muito bem elaboradas possuem importante participação neste processo. 

Se você ficou curioso ou curiosa para saber a diferença entre as carnes de Natal, descubra abaixo. Você pode se surpreender com as informações. 

Diferença entre Chester, Fiesta e Supreme 

A carne do chester, Fiesta e Supreme é branca e molhada – Crédito: reprodução/Perdigão

O Chester e o Fiesta são dois frangos grandes, e em tese eles são a mesma coisa. Vindo de uma espécie de galos cientificamente conhecidos como Gallus Gallus, as aves são resultado do cruzamento entre o gallus domesticus (galo ou galinha doméstico) e a galinha ou galo-pardo-da-ásia (bengal).

Há testemunhos de que os galos Chester passaram por muitos testes laboratoriais antes de ser lançado. De acordo com a Perdigão, a técnica usada foi a chamada de Melhoramento Genético, mas a ave não recebe hormônio. 

A diferença entre Cheste e Fiesta é o nome, pois a carne é a mesa. Cada marca patenteou um nome diferente para uma mesma ave. A Seara, o Fiesta, o Perdigão, o Chester, e a Sadia, o Supreme, mas os três são a mesma coisa. 

O diferencial é o tempero e as versões que cada fabricante dá ao grande frango com coxas e peito mais macios e o conjunto de carne nobre. 

Peru 

Peru de Natal com vários temperos por cima – Crédito: banco de imagens livres do Canva

O Peru de Natal nem sempre foi tradição da época, na Idade Média as pessoas costumavam servir cabeça de javali durante a ceia. A ave só foi se popularizar depois na américa e se tornou ícone do “Dia de Ações de Graças”, uma data norte-americana próxima ao Natal. 

Diferentemente do Cheste, Fiesta e Supreme, o peru é outra espécie de ave, ele não é um frango. De nome científico Meleagris gallopavo, o peru era um animal silvestre que foi domesticado no México, há cerca de mil anos. 

Uma curiosidade sobre o peru é que o específico para o Natal precisa ser fêmea. A perua  deve ser criada dentro de no máximo 60 dias. 

No Brasil, o Paraná é o estado que lidera a produção de peru, em seguida está Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em 2021 o Brasil produziu 157,05 mil toneladas de peru, sendo que 69,83% foi comercializado no país, enquanto que 30,17% foi exportado.

Outro destaque da ave natalina é o seu tamanho, ele pode chegar aos 15 quilos e alimentar muitas pessoas. 

Temperos para o peru de Natal 

O segredo do sucesso? Além do sabor incomparável e singular, o preparo faz toda a diferença. Veja cinco dicas de temperos para o seu peru de Natal. 

  • Ervas finas – salsinha, cebolinha, manjericão, orégano, estragão, tomilho,cerefólio);
  • Cítrico – suco de laranja, limão, cebola, pimenta-do-reino, vinho de mesa, margarina e alho;
  • Agridoce – mel, mostarda,  limão, melaço de cana, manteiga sem sal, vinho branco seco e sálvia;
  • Picante – ervas finas, páprica, alho, pimenta e tempero sumac);
  • “Embebedado” – marinado na cachaça com cerveja clara, tomilho, alecrim, alho, louro, azeite e água. 

Tender 

Terder com cravos da índia – Crédito: reprodução/Sadia

Consumir o tender no Natal também é uma cultura importada dos Estados Unidos. Ele também é popular na comemoração europeia Yule, uma mistura de paganismo com cristianismo. 

Há quem o chame de um grande presunto. A verdade é que o tender é um pernil suíno defumado com um sabor muito forte. Quem sofre com pressão alta deve se atentar para a quantidade de sal que a carne normalmente possui. Cada 100 gramas de tender tem mais da metade de sal que os nutricionistas orientam ser ingerida diariamente, 1100 miligramas de sódio, cerca de 73% do indicado. Seu consumo em grande quantidade além de fazer mal para a pressão arterial, também pode prejudicar o rim.

Saúde a parte, a carne rosinha do tender pode ser apreciada em diversas versões. O tempero mais utilizado é mel e cravo, ele também é bem aceito com quando regado ao suco de frutas cítricas, como o maracujá, a laranja, o abacaxi, e até mesmo com maçã.  

Lombo e pernil suínos

O pernil suíno é uma boa opção para o Natal – Crédito: Canva

As carnes de porco também são bem-vindas na ceia de Natal. A suculência da carne branca do lombo e pernil entregam uma pitada interiorana à ceia da família. Cada uma é preparada à sua maneira. Temperar a carne suína não é uma tarefa muito fácil, isso porque ela possui um aroma forte que pode incomodar. 

O pernil de Natal assado pode receber toques especiais, mas cuidado com o excesso, ele não combina muito com a salsinha e cebolinha, por exemplo. Mas harmoniza bem com a cebola, a mostarda, o vinho branco ou tinto secos e limão. 

Diferente do peru, não é uma boa ideia colocar muito tempero de ervas no pernil. Por ele possuir um sabor forte, pode ficar enjoativo. 

O lombo suíno para o Natal deve ser assado no forno, mas antes disso o ideal é deixar a carne descansar no tempero que deve ter vinagre, limão, sal e vinho para ficar gostosa e macia. Quem aprecia uma comida mais gourmetizada pode acrescentar o tempero chimichurri no lombo, ele fará toda a diferença. 

Outra forma que o lombo pode ser oferecido é na forma de recheado com queijo e bacon. Ao ser cortado o queijo derrete, formando um visual irresistível, “de comer com os olhos”. 

Bacalhau 

A bacalhoada é uma ótima pedida para quem gosta de pegar mais leve no final do ano – Crédito: Canva

Comer bacalhau no Natal é uma tradição secular. Ela teve início na Idade Média, quando os cristãos eram obrigados a realizarem jejuns de carnes antes de comemorações como a Páscoa e o Natal, por exemplo. 

Tempos depois e por possuir um valor mais acessível, o bacalhau foi aderido quando se aproximavam essas épocas. A tradição se expandiu, chegando ao Brasil junto com os portugueses, colonizadores do país. 

Um dos pratos mais famosos do pescado é o Bacalhau a Gomes de Sá ou como ficou popularmente conhecido, a bacalhoada, que é uma homenagem a um português que comercializava bacalhau, em Porto, Portugal. 

A receita recebe batata, cebola, ovo, tomate seco, azeitona, pimentão, azeite e cheiro verde. O forte e salgado sabor do bacalhau dispensa muitos temperos comumente usados como alho e sal, por exemplo. 

Costela bovina

Para quem gosta de agridoce a costela de boi ao molho barbecue harmoniza muito bem – Crédito: Canva

Tradição no Sul do Brasil, a costela também é uma carne vista nas mesas do Natal. A mais famosa, é a costela de chão, feita também no Mato Grosso e interior de São Paulo. Ela pode ser feita de várias maneiras, com molho barbecue, desossada e recheada com bacon, queijo coalho, linguiça calabresa e cenoura entre outras. 

Cordeiro

Cordeiro assado. Carne tem gustação forte – Crédito: Canva

Sem dúvida o cordeiro é uma carne para quem gosta de inovar no Natal. O hábito de comer cordeiro em datas comemorativas chegou ao Brasil com as comunidades do Oriente Médio. Mas ainda enfrenta um tabu em datas cristãs. Isso porque na Bíblia está escrito que Jesus Cristo é “o Cordeiro que tira o pecado do mundo” e por não compreender a fundo os rituais de purificação judaicos, muitas pessoas acabam pensando ser profano comer a carne do animal em uma festa cristã, já que o cristianismo é uma vertente do judaísmo. 

Por outro lado, os místicos e mucumanos acreditam que a carne do cordeiro atrai a prosperidade. A grande questão é saber preparar, visto que a carne tem um cheiro fortíssimo. 

Cozinheiros e cozinheiras mais experientes optam por temperos fortes para neutralizar o aroma da carne de carneiro, como hortelã, louro, noz moscada, alecrim desidratado, bastante limão, alho, pimenta do reino, sal e um bom vinho branco seco. 

Frango com batatas 

Frango assado com batata é hit – Crédito: Canva

Com tanta competição, o frango pode ficar um pouco “tímido” na ceia, nem por isso deixa de ter o seu charme. Acompanhado de batatas redondinhas, ele também faz parte da reunião em família de final de ano. 

Recheado com farofa ou não, o convencional frango de domingo é sempre bem vindo, ainda mais quando tem muita gente para alimentar, ele acaba complementando o cardápio de natal. 

Carne vegana para o Natal 

Veganos devem ser incluídos na ceia de Natal. O cardápio deve servir a todas as pessoas – Crédito: Canva

Como ninguém precisa ficar de fora do Natal, trouxemos também a carne vegana. Uma boa opção é o “Peru” de Natal vegano, ele tem como base o tofu, um alimento feito de soja. Para o recheio são usados os seguintes ingredientes: gengibre, cogumelos, salsão, tomilho, alecrim, cenoura e abobrinha. 

O molho é preparado com suco de limão, óleo de gergelim, mostarda, tamari e agave. O recheio deve ser colocado dentro do tofu aberto, em seguida ele deve ser fechado, como um rocambole. O molho pincelado e depois de assado deve ser pincelado novamente. 

Conclusão sobre as aves e carnes de Natal 

A Ceia de Natal é um momento de paz em que todos devem refletir sobre fraternidade e igualdade – Crédito: banco de imagens livres do Canva

Para diversos gostos, bolsos e tradições, as carnes de Natal remetem à alegria, união e trazem o espírito natalino que independente da religião tem um propósito, aproximar as pessoas, diminuindo os conflitos familiares.

Saboreie, curta, ame, deseje o bem e tenha momentos muito agradáveis com a sua família, é o que deseja a equipe do portal Mais Minas. Feliz Natal!