Ouro Preto recebe oficinas de educação patrimonial com foco na preservação afetiva

Inscreva-se na oficina que valoriza o Patrimônio Cultural em Ouro Preto

por Rodolpho Bohrer

Ouro Preto será palco de uma importante iniciativa para a valorização do patrimônio cultural, por meio de oficinas gratuitas destinadas à formação de multiplicadores em educação patrimonial. A ação faz parte do Programa Educativo Iphan+80, uma iniciativa do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), realizada pela Akala, uma organização cultural de Belo Horizonte. A proposta é integrar arte, educação e comunidade, e já passou por diversas cidades mineiras como Belo Vale, Congonhas, Mariana e Juiz de Fora.

Ouro Preto recebe oficinas de educação patrimonial com foco na preservação afetiva
Crédito: Amanda Salgado

As oficinas ocorrerão nos dias 24 e 25 de setembro de 2024, das 13h30 às 17h, na Escola Municipal Padre Carmélio Augusto Teixeira, no Centro de Ouro Preto. Com o objetivo de formar multiplicadores em educação patrimonial, o evento é voltado para professores, agentes culturais, artistas e pessoas interessadas no tema. As inscrições são limitadas e podem ser feitas no site oficial do projeto.

Um novo olhar sobre o patrimônio cultural

As oficinas buscam promover um entendimento mais profundo e afetivo do patrimônio histórico local. A proposta envolve os sentidos, estimulando os participantes a redescobrirem a cultura e a história de suas cidades de maneira sensível e transformadora. Segundo Andréia De Bernardi, idealizadora do Programa, o objetivo é “envolver os sentidos no processo de redescoberta do patrimônio cultural de cada cidade”.

A formação em Ouro Preto encerra uma fase importante do projeto, que já realizou intervenções artísticas em muros de escolas e espaços públicos em diversas cidades, retratando elementos da cultura local. Agora, com a oferta das oficinas, os participantes poderão se tornar multiplicadores e levar essa experiência para suas comunidades.

Resultados já alcançados

A experiência já trouxe resultados positivos em cidades como Miguel Burnier, distrito de Ouro Preto, onde a pintura de murais envolveu operários que estavam trabalhando na reforma de uma escola local. Além disso, em Cataguases, a oficina despertou a sensibilidade dos participantes, como relata Gustavo Teixeira Araújo, um dos participantes: “Os encontros atingiram um ponto difícil de ser atingido, a sensibilidade. Experimentei inúmeras sensações: do cheiro ao gosto, do toque à música. Fantástico!”.

Com as oficinas, os participantes receberão um certificado de Multiplicador do Programa Educativo Iphan+80, além de materiais didáticos, como o “Caderno do Professor” e o “Caderno do Estudante e da Comunidade”, ambos especialmente desenvolvidos para Ouro Preto. O objetivo é que esses materiais ajudem a comunidade a se reconectar com seus bens culturais de maneira afetiva, despertando um desejo de preservá-los para as futuras gerações.

Patrimônio e afeto

A Educação Patrimonial Afetiva (EPA), conceito central no Programa, propõe uma abordagem inovadora para a preservação do patrimônio, baseada na criação de uma conexão emocional entre a comunidade e os bens culturais locais. Para Carol Dellamore, educadora do projeto, “acionar o elemento do afeto é primordial para a preservação do patrimônio”, destacando a importância de nutrir essa conexão em todas as atividades realizadas.

O Programa Educativo Iphan+80 é viabilizado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio de empresas como MRS, GERDAU e BAUMINAS.

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Rodolpho Bohrer
Sócio proprietário e fundador do Mais Minas e jornalista em formação pela Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). Redator de cidades, tecnologia e política, além de link builder na Agência MaisPost e redator do portal O Noroeste.
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