Na noite de terça-feira, o Comando de Operações de Polícia Militar (COPOM) foi acionado em Mariana, Minas Gerais, para atender um caso de homicídio que resultou na morte de um adolescente de 17 anos. A vítima foi encontrada com perfurações no corpo causadas por arma de fogo. Atendido inicialmente por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), o jovem foi encaminhado para o Hospital de Ouro Preto, onde faleceu às 21h09.
Testemunhas relataram à Polícia que dois suspeitos foram vistos fugindo do local logo após os disparos, com um deles aparentemente portando uma arma de fogo. Um morador das proximidades afirmou ter ouvido os tiros e visto os homens correndo em direção à Rua Pau Brasil. Ao se aproximar da vítima, o jovem teria mencionado conhecer os autores, mas não revelou suas identidades. A Polícia Militar e a Polícia Civil investigam se o crime pode ter sido motivado por disputas associadas ao tráfico de drogas.
Segundo o padrasto do adolescente, o jovem saiu de casa no início da noite, comunicando que iria cortar o cabelo de conhecidos, possivelmente envolvidos com atividades ilícitas. Aproximadamente uma hora e meia depois, o padrasto recebeu uma ligação de uma mulher desconhecida informando sobre o atentado e relatando que o crime teria sido executado por indivíduos em motocicletas.
Vizinhos e moradores relataram que ouviram o som dos disparos e avistaram as motos circulando nas proximidades do local, sugerindo que os suspeitos utilizaram esses veículos para escapar rapidamente após o crime. A Polícia Militar considera esse relato relevante e está cruzando informações para entender se o deslocamento das motos tem ligação direta com os autores do homicídio.
A Polícia Civil está à frente das investigações, buscando identificar os responsáveis e a motivação do crime. O perito Gustavo, que realizou a perícia no local, encontrou cápsulas de calibre 9mm, evidência que reforça a hipótese de que os suspeitos tenham vínculos com o tráfico de drogas. Esse tipo de munição, de uso restrito, levanta suspeitas de que o crime possa ter sido premeditado, considerando o armamento utilizado.
As equipes de investigação tentaram localizar câmeras de segurança nas proximidades do crime para auxiliar na apuração dos fatos, mas descobriram que não há câmeras no perímetro onde o atentado ocorreu. Essa ausência de registros visuais é um desafio adicional para as autoridades, que agora dependem majoritariamente dos depoimentos de testemunhas para reconstruir a dinâmica do crime e identificar possíveis envolvidos.
O delegado responsável pelo caso enfatizou que os relatos de vizinhos e familiares são cruciais para delinear um perfil das pessoas que podem estar associadas ao incidente. Com base nas informações iniciais, a Polícia Civil acredita que o jovem mantinha contato com indivíduos ligados a atividades de tráfico, o que pode ser um fator central para entender o que motivou o homicídio. No entanto, as investigações ainda estão em curso e nenhuma conclusão foi formalizada até o momento.
Para a Polícia Civil, compreender o histórico do jovem e suas relações com pessoas ligadas ao tráfico é fundamental para esclarecer o crime. “Esse tipo de situação é recorrente em casos onde há envolvimento com grupos do tráfico, e nossa equipe está empenhada em levantar todos os detalhes necessários para chegar aos responsáveis” afirmou um dos investigadores.
As investigações seguem em andamento com a análise de todas as evidências e depoimentos coletados até o momento. A Polícia Civil também está contando com apoio da Polícia Militar para operações de busca e levantamento de informações adicionais.
A ausência de câmeras de segurança é um dos desafios enfrentados pelas equipes policiais, mas a busca por novos testemunhos e a análise dos elementos materiais do crime continuam. Segundo informações de fontes internas da Polícia Civil, há uma linha de investigação centrada no possível envolvimento de outras pessoas que poderiam ter contribuído para a execução do atentado. “Nossa intenção é entender a fundo o contexto desse crime e, se possível, identificar não só os autores, mas também outros envolvidos que possam ter colaborado com o ato” destacou o delegado responsável.