Programação do Novembro Negro em Ouro Preto celebra ancestralidade e cultura

Ouro Preto celebra o Novembro Negro com programação cultural para enaltecer a história e a cultura afro-brasileira

Em novembro, Ouro Preto se transforma em um palco vibrante de cultura e reflexão, celebrando o Novembro Negro com uma série de atividades voltadas para a valorização da história e resistência do povo negro. A cidade, conhecida por seu papel significativo na história colonial e na luta pela liberdade no Brasil, se dedica, ao longo de todo o mês, a homenagear e resgatar as tradições e contribuições afro-brasileiras. Com uma programação diversificada que inclui rodas de conversa, espetáculos teatrais, apresentações musicais e exposições, Ouro Preto reafirma suas raízes afrodescendentes e seu compromisso com a promoção da igualdade e da consciência racial.

O Novembro Negro em Ouro Preto é mais do que uma celebração; é um convite à reflexão e ao diálogo sobre temas que permeiam a história e a cultura afro-brasileira, especialmente em um momento em que o combate ao racismo e a valorização da diversidade são pautas cada vez mais urgentes. Cada evento planejado traz à tona discussões sobre a identidade, o preconceito, a resistência e a importância da cultura afro na formação do Brasil e de Minas Gerais. Entre os destaques estão as apresentações teatrais e musicais que resgatam as tradições africanas, a certificação de grupos de Congado e Moçambique como Patrimônio Imaterial de Minas Gerais, e exposições que celebram a ancestralidade e a arte negra.

Programação cultural celebra a ancestralidade e resistência

A abertura oficial do Novembro Negro acontece no dia 5 de novembro, às 18h, com uma roda de conversa sobre Educação Antirracista e Colorismo, na Escola Estadual Marília de Dirceu. O encontro tem como objetivo discutir a relevância da educação na desconstrução do racismo e do preconceito baseado em tons de pele, promovendo um espaço para o diálogo e a conscientização.

No dia 6 de novembro, às 14h, a Casa de Cultura Negra recebe o espetáculo “Griô: Tambores, Princesas e Baobás”, encenado pelo Grupo Cia 2×2. A peça explora a tradição oral africana, celebrando a ancestralidade e a resistência, e destaca a importância dos griôs — contadores de histórias africanos — na preservação da memória e da cultura. Esse evento é uma oportunidade de aproximar o público das tradições que formaram as bases da cultura afro-brasileira.

Nos dias 12 e 13 de novembro, também na Casa de Cultura Negra, será apresentado o espetáculo “Chico Rei do Congo”, às 14h, uma adaptação feita pelos grupos Rabisco Brincante e Cia. Assunto Suspenso. A montagem utiliza teatro de sombras e bonecos para contar a história de Chico Rei, uma figura lendária que, após conquistar a liberdade, também libertou outros africanos escravizados. A história de Chico Rei é um marco de luta e liberdade e traz uma reflexão profunda sobre a força e a resiliência do povo negro.

No dia 13 de novembro, às 18h30, o Coral Canto Ancestral, regido por Letícia Afonso, apresenta um repertório de música afro-brasileira na Casa de Cultura Negra. A apresentação celebra a musicalidade de raízes africanas e a influência profunda que essa herança deixou na cultura brasileira, em um evento que promete emocionar e conectar o público com as tradições afro-brasileiras.

Dia da Consciência Negra: Um marco de celebração e reflexão

O ponto alto da programação ocorre no Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, com atividades que reforçam o orgulho e a valorização da cultura negra. Às 14h, será realizada a cerimônia de entrega da Certificação de Patrimônio Imaterial de Minas Gerais aos Grupos de Congado e Moçambique de Ouro Preto, reconhecendo oficialmente a importância dessas manifestações culturais. Em seguida, às 17h, uma roda de conversa intitulada “Raízes” promove o diálogo sobre a ancestralidade e as lutas dos afrodescendentes.

Às 18h30, o Grupo Samba em Revista e convidados conduzem um Encontro de Samba, celebrando a força da cultura afro-brasileira e suas contribuições para a música popular. Encerrando o dia, às 20h, o Grupo Ânsia de Liberdade realiza uma roda de capoeira, oferecendo uma vivência da arte marcial que foi fundamental para a resistência dos escravos e que hoje representa um símbolo de luta e tradição.

No dia 21 de novembro, às 19h, a programação continua com uma vivência musical na Casa de Cultura Negra, onde a Bateria Efigênia Carabina celebra a percussão afro-brasileira, promovendo uma conexão direta com as raízes da música e da resistência cultural do povo negro.

O encerramento do mês acontece no dia 25 de novembro, com a abertura da exposição “Aye Ni Ori – Um Mundo na Cabeça”, de Klevilaini, na Casa de Cultura Negra, às 19h. A exposição traz obras que exaltam a estética e a espiritualidade afro-brasileira, celebrando a diversidade e a beleza da cultura negra. No mesmo dia, às 19h, no Anexo do Museu da Inconfidência, haverá uma roda de conversa com estudantes afro-caribenhos, promovendo um intercâmbio cultural e uma discussão sobre as experiências da diáspora africana.

Programação

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