Reativação da usina de pelotização em Ubu (ES) pela Samarco impacta economia de Mariana e Ouro Preto

Expansão da capacidade produtiva cria 3 mil empregos no Espírito Santo e em Minas Gerais

Na sexta-feira, 23 de agosto, a Samarco anunciou a reativação da usina de pelotização P3 no Complexo de Ubu, no Espírito Santo. A medida faz parte da estratégia da mineradora para alcançar 60% de sua capacidade total de produção, trazendo impactos econômicos também para os municípios de Mariana e Ouro Preto.

Reativação da usina de pelotização em Ubu (ES) pela Samarco impacta economia de Mariana e Ouro Preto
Crédito: João B. N. Gonçalves/Mais Minas

A expansão também inclui a construção de uma nova planta de filtragem de rejeitos e a reativação de um segundo concentrador,  responsável pelo beneficiamento do minério da Mina de Alegria, no Complexo de Germano, em Mariana e Ouro Preto. Quando estiver plenamente operacional, a produção da Samarco deverá alcançar 15 milhões de toneladas anuais de pelotas e finos de minério de ferro.

Atualmente, a P3 está passando por um processo de retomada gradual, com aumento progressivo da produção até atingir sua capacidade total. No Complexo de Germano, o objetivo é reativar o Concentrador 2 até dezembro de 2024, o que permitirá um aumento na produção. A reativação vem acompanhada da transição para um sistema mais sustentável de empilhamento a seco, sem a necessidade de barragens de rejeitos.

Usina de pelotização P3 no Complexo de Ubu
Usina de pelotização P3 no Complexo de Ubu, no Espírito Santo – Crédito: João B. N. Gonçalves/Mais Minas

A expansão resultou na criação de aproximadamente 3 mil empregos no Espírito Santo e em Minas Gerais, sendo 75% (2,25 mil) desses postos concentrados em Mariana e Ouro Preto, conforme informou o presidente da Samarco, Rodrigo Vilela.

Rodrigo Vilela, presidente da Samarco
Rodrigo Vilela, presidente da Samarco – Crédito: João B. N. Gonçalves/Mais Minas

Inicialmente prevista para março de 2025, a reativação da P3 foi antecipada para otimizar o processo de produção, lidando com o excedente de minério da Usina de Pelotização P4. Operando atualmente com 30% da capacidade, a Samarco está investindo R$ 1,6 bilhão para alcançar 60%, com planos de atingir 100% até 2028.

A reativação da usina P3 ocorre nove anos após a paralisação das atividades da Samarco, em decorrência do rompimento da Barragem de Fundão, e cinco anos após a obtenção das licenças ambientais necessárias. “A reativação tem um significado muito importante para a Samarco. Primeiro, porque cumprimos com a decisão estratégica de fazer uma retomada gradual, sempre zelando pela segurança”, afirmou Vilela.

Durante a cerimônia de reativação da P3, Vilela reconheceu o impacto duradouro do desastre de 2015 em Bento Rodrigues, distrito de Mariana: “O dia 5 de novembro de 2015 jamais será esquecido por nós. Estaremos sempre pedindo desculpas. Temos consciência de que não podemos mudar o passado, mas é nossa responsabilidade garantir que eventos como esse jamais ocorra”.

Impacto Econômico

A Samarco retomou suas operações em dezembro de 2020, cinco anos após a tragédia ambiental em Mariana. Mesmo operando com apenas 30% de sua capacidade, a empresa produziu 30 milhões de toneladas de pelotas de minério, gerando 15 mil empregos em Minas Gerais e no Espírito Santo, sendo 11,5 mil em Mariana e Ouro Preto.

As operações da empresa também trouxeram benefícios financeiros para os municípios locais. Desde a retomada até junho de 2024, a Samarco pagou R$ 4,81 bilhões em tributos, sendo R$ 726 milhões destinados a Minas Gerais. Apenas no primeiro semestre de 2024, a empresa contribuiu com R$ 150 milhões em impostos para o estado.

Presente no evento, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, destacou a influência da mineradora nas economias capixaba e mineira. “Não podemos ignorar a importância da atividade econômica, mas devemos priorizar a reparação e a segurança. Com o retorno da Samarco, estamos focados na criação de empregos e no desenvolvimento”, afirmou Casagrande.

Renato Casagrande, governador do Espírito Santo
Renato Casagrande, governador do Espírito Santo – Crédito: João B. N. Gonçalves/Mais Minas

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