Na última quarta-feira, 16 de outubro, Ouro Preto assistiu ao lançamento da pedra fundamental da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Osso de Boi, uma obra que promete transformar o saneamento básico do município. A ETE é uma iniciativa da Saneouro, responsável pela gestão de água e esgoto na cidade, e representa um investimento de R$ 40 milhões. Quando finalizada, a estação terá capacidade para tratar 125 litros de esgoto por segundo, um passo ambicioso rumo ao atendimento de 100% do esgoto coletado na área urbana de Ouro Preto.
A cerimônia de lançamento contou com a presença de figuras públicas como o prefeito Angelo Oswaldo, o superintendente da Saneouro, Evaristo Bellini, o presidente da Câmara, Zé do Binga, e o secretário-adjunto de Água e Esgoto, Narcísio Gonçalves, entre outras autoridades locais.
Para o prefeito Angelo Oswaldo, a construção da ETE Osso de Boi é a continuidade de um sonho iniciado durante sua gestão em 2005 com a criação do Serviço Municipal de Água e Esgoto (SEMAE), um dos primeiros passos de Ouro Preto em direção ao saneamento básico universal. Segundo ele, a estação irá “transformar a vida de milhares de famílias ouro-pretanas.” Oswaldo também destacou a necessidade de uma tarifa acessível e de subsídios para beneficiar a população: “Nós vamos caminhar para uma tarifa justa e acessível e para um subsídio que possa beneficiar o município”.
Compromisso com tarifas mais acessíveis
Uma das preocupações do governo local tem sido a de oferecer saneamento de qualidade com custos reduzidos para a população. Narcísio Gonçalves, secretário-adjunto de Água e Esgoto, enfatizou que, somente em 2023, a prefeitura conseguiu reduzir em 28% as tarifas de água e esgoto. Em 2024, com a implementação de novos subsídios, a queda chegou a 42%, tornando as tarifas de Ouro Preto as mais acessíveis da região. Segundo Gonçalves, a prefeitura já está conduzindo estudos para que os ajustes contratuais não impactem de forma negativa os moradores.
Tecnologia de ponta para tratamento de esgoto
A Saneouro adotará um método de tratamento de esgoto de ponta, com tecnologia norueguesa CFIC (Compact Fixed-Film Activated Sludge), segundo o superintendente Evaristo Bellini. Esse sistema, altamente eficiente, envolve a utilização de suportes para o crescimento de biofilmes que aceleram o tratamento aeróbico do esgoto. O processo consiste em várias etapas: o esgoto passa inicialmente por um gradeamento para remover detritos grosseiros, segue para uma caixa desarenadora para retirada de partículas finas e, em seguida, é bombeado para a estação de tratamento. Após o tratamento completo, a água é devolvida ao Ribeirão Funil, já em condições adequadas para reingressar no meio ambiente.
Essa tecnologia é particularmente importante em uma cidade histórica como Ouro Preto, onde a preservação dos recursos hídricos e o controle da poluição são prioridades. Além de inovador, o sistema CFIC garante maior eficiência e menor impacto ambiental, consolidando a ETE Osso de Boi como um modelo sustentável para o tratamento de esgoto no Brasil.
Sustentabilidade e preservação ambiental
A construção da ETE Osso de Boi vem reforçar o compromisso de Ouro Preto com a sustentabilidade. Além de fornecer um tratamento de esgoto eficiente, o sistema CFIC reduz a necessidade de produtos químicos e o uso de energia, tornando o processo ambientalmente responsável. Evaristo Bellini afirma que “esta tecnologia é não apenas uma solução para o tratamento de esgoto, mas também uma medida que assegura a proteção dos cursos d’água, tão valiosos para a nossa biodiversidade e para as futuras gerações.”
Cronograma e impacto econômico
O projeto, que se encontra em fase de início das obras, prevê a conclusão das instalações e início das operações até 2025. Uma vez finalizada, a ETE Osso de Boi irá garantir o tratamento de esgoto para toda a população urbana de Ouro Preto, impulsionando a saúde pública e reduzindo a contaminação dos corpos d’água. O investimento de R$ 40 milhões, além de representar uma melhoria significativa para o saneamento, tem impacto positivo para a economia local, gerando empregos diretos e indiretos durante a construção e operação da estação.