Suspensão das aulas reascende o alerta para cuidados com as crianças em casa

por Redação Mais Minas
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Em decorrência da pandemia de coronavírus as aulas da rede estadual em Minas Gerais serão suspensas a partir da próxima quarta-feira (18). A medida é para evitar aglomerações e a propagação da doença no ambiente escolar. E crianças em casa exigem preocupação redobrada. Além das ações preventivas de higiene, os pais também devem ter atenção aos acidentes domésticos, comuns em período de férias e de recesso escolar.

Suspensão das aulas reascende o alerta para cuidados com as crianças em casa
Imagem ilustrativa

Para gastar a energia, as crianças escolhem as mais variadas brincadeiras que propendem a pequenos acidentes ou até podem provocar ocorrências mais graves como queimaduras, lesões e traumas.

No calor, as piscinas, baldes e reservatórios podem causar afogamentos. As brincadeiras de correr e os brinquedos de altura, no quintal, podem causar quedas e traumas. Já dentro de casa, os perigos são outros: intoxicação, envenenamento, sufocamento e queimaduras com panelas são os mais comuns.

Na hora de tirar o carro da garagem os pais devem se atentar para os pequenos. Ao manobrar o veículo, perde-se a visão em alguns ângulos e os acidentes podem ser fatais.

O Mais Minas conversou com o aspirante Matheus Neves, do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), sobre os acidentes mais comuns com os pequenos e formas de prevenção para que o período em casa seja seguro. Para se ter ideia, em 2019, o Corpo de Bombeiros atendeu a mais de mil ocorrências por intoxicação ou envenenamento e mais de 500 chamados de obstrução das vias aéreas por corpos estranhos, em todo o estado.

Dentre os acidentes domésticos mais comuns envolvendo crianças, estão queimaduras, quedas, intoxicação/envenenamento e obstrução das vias aéreas. Matheus falou sobre cada um deles.

Queimaduras

Matheus Neves falou, primeiramente, das queimaduras, que acontecem principalmente nas cozinhas das casas, quando as crianças tês acesso fácil ao fogão.

“As queimaduras são um tipo de acidente que ocorre com bastante frequência e é um dos mais graves. Geralmente os pais têm que tomar cuidado na utilização de fogões, tentando evitar utilizar as bocas da frente do fogão, mais próximas das crianças. Também é importante evitar deixar panelas nessas bocas, porque um dos tipos de queimaduras mais comuns são aquelas por água fervendo, que acaba por cair na criança e queimar sua pele”, disse o aspirante.

O bombeiro falou também sobre os perigos de toalhas de mesa muito grandes e o cuidado de deixar fósforos e álcool longe do alcance dos pequenos.

“Outra recomendação é tentar evitar deixar toalhas de mesa muito grandes, porque a criança pode vir a agarrar e puxar essa toalha e ser atingida por algum alimento quente. É importante, especialmente, tomar cuidado com crianças de 0 a 4 anos, que tem a pele mais fina, e que uma água que não seja tão quente para o adulto pode provocar queimaduras em crianças dessa idade”, alertou o militar, que continuou:

É importante também tomar cuidado com álcool, fósforos. É necessário deixar esses materiais longe do alcance das crianças porque, muitas vezes por inocência ou curiosidade, elas acabam tentando brincar, acender alguma fagulha e vir a se queimar com isso.

Outro ponto de atenção frisado pelo bombeiro foram as tomadas, que representam grande risco de choque elétrico para as crianças.

“É importante agir com muita prudência em relação a tomadas, porque embora nosso padrão novo de tomadas seja difícil da criança se eletrocutar, caso se use algum adaptador, ou ‘T’ para ligar várias tomadas é possível que tenha alguma parte do plug exposta que a criança pode encostar a mão e vir a ser eletrocutada. Algo que crianças, especialmente as mais novas, até 6 anos, por curiosidade, tentar fazer é enfiar objetos nos buracos das tomadas. E muitas vezes estes objetos são metálicos. Por isso os pais devem orientar os filhos sobre os perigos desse tipo de prática”, completou Matheus.

Quedas

O militar falou também sobre quedas, outro tipo comum de acidente em períodos de férias e recesso escolar.

“Quanto a quedas, é importante, como cuidados gerais, evitar obstrução de escadas, orientar sempre a criança a recolher os brinquedos depois de utilizar, porque são esses tipos de obstrução ou objetos no chão que geralmente provocam a maioria dos acidentes. Quando a criança for brincar em algum parquinho ou ambiente deste tipo os pais devem conhecer o local onde ela brinca e orientá-la a usar os equipamentos compatíveis com seu tamanho, porque muitas vezes surge um fascínio por um brinquedo maior, tentar ir nele e acaba caindo e sofrendo ferimentos mais graves”, alertou.

Matheus também falou sobre os cuidados com a segurança na prática de esportes.

“Também há os casos de crianças que costumam andar de bicicleta, skate, ou algum desses esportes que tenha probabilidade maior de quedas. Nessas situações é importante usar o capacete, porque os traumatismos cranianos são os casos mais graves e os capacetes protegerão as crianças em casos de acidente”, disse.

Intoxicações

O bombeiro também falou de intoxicações e, principalmente, do cuidado que os pais tem que ter na hora de estimular que as crianças tomem medicamentos.

“Outro tipo de acidente grave são as intoxicações. Os pais sempre tem que ficar atentos quanto a produtos de limpeza, medicamentos, deixando-os fora do alcance das crianças e, dependendo da idade, orientá-las sobre o perigo deste tipo de produtos e remédios. É sempre ter cuidado, quando os pais estão estimulando as crianças a tomarem algum medicamento por prescrição médica ou algo do tipo, com o que se fala com os filhos. Não se deve falar que o remédio é como um doce, que o medicamento é algo bom, que a criança deveria procurar. Isso porque ela pode assimilar uma coisa à outra e ingerir remédios que não deveria”, alertou.

Obstrução de vias aéreas

Acontecem quando as crianças engolem algum objeto ou até mesmo, em certas idades, alimentos que impedem que estas respirem.

“Em casos de acidentes com obstrução de vias aéreas, os pais podem entrar em contato com o Corpo de Bombeiros, via 193, que tem atendentes lá treinados para passar orientações específicas para os pais, para fazerem os procedimentos de desobstrução, por telefone, e nos casos mais complexos estaremos deslocando uma viatura para apoiar a ocorrência. E, independente dos pais conseguirem a desobstrução ou não, é importante, sempre que possível, levar a criança no hospital, para avaliar possíveis danos e vestígios que o objeto possa ter deixado no sistema respiratório da criança.”, informou Matheus.

O militar orientou ainda que, em caso de emergências, se deve entrar em contato com o Corpo de Bombeiros, via 193, e com o Samu, via 192, neste segundo caso, especialmente em caso de quedas e intoxicações. E, como já foi dito, em certas situações, o Corpo de Bombeiros pode dar orientações telefônicas para auxiliar os pais a tomarem alguma medida enquanto o socorro está em deslocamento.

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