Vale conclui descaracterização da barragem Área IX e avança na segurança de suas operações em Ouro Preto

Vale conclui descaracterização da barragem Área IX e avança na segurança de suas operações em Ouro Preto

A Vale finalizou as obras de descaracterização da barragem Área IX, localizada na Mina Fábrica, em Ouro Preto (MG). Com esse avanço, a empresa dá mais um passo em seu compromisso com a segurança e a sustentabilidade, garantindo a eliminação dos riscos associados ao método de alteamento a montante, que é considerado mais arriscado para as comunidades e para o meio ambiente. A conclusão das obras representa a eliminação de 57% das estruturas a montante previstas no Programa de Descaracterização de Barragens da empresa, com 17 barragens descaracterizadas até o momento de um total de 30, estabelecendo uma nova fase no controle e mitigação de riscos nas operações da mineradora.

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Descaracterização de Barragens: Um Passo Importante para a Segurança

A barragem Área IX, que estava localizada na Mina Fábrica, era uma das estruturas que utilizavam o sistema de alteamento a montante, método de construção de barragens que, ao longo do tempo, mostrou-se inseguro. Para eliminar esse risco, foi retirada a parte do alteamento da barragem, o que culminou em sua descaracterização. Agora, a área passará por um processo de reconformação do terreno, implementação de um sistema de drenagem eficiente e revegetação, com o objetivo de restabelecer o equilíbrio ecológico da região.

Essas etapas serão acompanhadas por auditorias independentes, além da fiscalização dos órgãos reguladores competentes, como também a supervisão do projetista e do Acompanhamento Técnico de Obra (ATO). A culminação do processo culminará em uma avaliação final da estrutura, que será validada pelos órgãos responsáveis, conforme as normas e a legislação vigente.

A Vale tem se comprometido com a eliminação das estruturas a montante, especialmente após o trágico rompimento da barragem B1, em Brumadinho, que deixou um impacto devastador nas vidas de muitas pessoas e no meio ambiente. Este compromisso faz parte de um esforço contínuo da empresa para garantir maior segurança nas suas operações e prevenir novas tragédias. “É um importante marco, pois é a segunda barragem alteada a montante descaracterizada na Mina Fábrica em 2 anos. Além disso, nessa mesma mina retiramos a barragem Dique de Pedra de nível de emergência e reduzimos o nível de emergência da barragem de Grupo em 2024”, afirmou Daniel Raposo, Gerente-Geral de Geotecnia e Hidrogeologia da Vale.

Programa de Descaracterização de Barragens da Vale

A Vale iniciou, em 2019, um programa massivo de descaracterização de barragens a montante em resposta ao rompimento da barragem B1, em Brumadinho, e desde então a empresa já investiu mais de R$ 10 bilhões para executar esse plano. Este programa é um dos maiores e mais importantes investimentos em segurança da história da mineração no Brasil. A Vale comprometeu-se a eliminar todas as barragens a montante, que representavam um risco potencial para as comunidades e o meio ambiente.

Até o momento, já foram descaracterizadas 17 barragens, e mais 13 ainda estão no processo de eliminação, com previsão de conclusão das obras nos próximos anos. Além da barragem Área IX, outras quatro estruturas seguem em processo de descaracterização na Mina Fábrica: a barragem Grupo, cujas obras estão em andamento, e as barragens Forquilha I, Forquilha II e Forquilha III, que estão em fase de projetos. A previsão é que todas essas barragens sejam desativadas até 2026.

Com isso, a Vale busca não apenas atender às exigências legais impostas pelo governo e pelas autoridades competentes, mas também reforçar seu compromisso com a segurança e o respeito às comunidades impactadas por suas operações. A empresa também tem se comprometido a realizar as obras de forma que minimize os impactos ambientais, incluindo o processo de revegetação da área e a criação de novos sistemas de drenagem, para garantir a preservação da fauna e flora local.

Compromisso com a Segurança das Comunidades e o Meio Ambiente

Além das questões relacionadas à segurança estrutural, a Vale também tem dado especial atenção aos aspectos ambientais das obras de descaracterização. Para isso, todas as etapas são realizadas com o acompanhamento de um rigoroso sistema de monitoramento geotécnico, que funciona 24 horas por dia, garantindo a detecção precoce de qualquer risco ou falha nas estruturas.

As medidas de segurança envolvem a implementação de sistemas de drenagem que visam evitar o acúmulo excessivo de água nas áreas onde as barragens estavam localizadas, além de estratégias de revegetação, que buscam recuperar a vegetação nativa das regiões afetadas e promover a regeneração do ecossistema local. O processo de revegetação é um passo fundamental para a restauração das áreas afetadas pela mineração, contribuindo para a recuperação da biodiversidade e a preservação dos recursos hídricos.

De acordo com Daniel Raposo, as ações realizadas na Mina Fábrica, como a retirada do Dique de Pedra do nível de emergência e a redução do nível de emergência da barragem Grupo, demonstram o empenho da Vale em aumentar a segurança das barragens e mitigar os riscos para as comunidades vizinhas. “Essas ações refletem nosso esforço contínuo para garantir que nossas operações estejam em conformidade com as mais rigorosas normas de segurança e que os impactos negativos sejam minimizados”, completou o gerente-geral de Geotecnia e Hidrogeologia da Vale.

Investimentos em Segurança e Monitoramento

Para garantir a integridade das estruturas, a Vale tem investido massivamente em sistemas de monitoramento de suas barragens. Todas as estruturas a montante da empresa no Brasil estão atualmente inativas e são monitoradas constantemente pelos Centros de Monitoramento Geotécnico (CMGs), que funcionam 24 horas por dia. Esses centros são responsáveis por analisar em tempo real as condições de estabilidade das barragens e identificar qualquer sinal de risco, de modo a tomar ações imediatas, caso necessário.

Além do monitoramento constante, a Vale também implementa auditorias independentes de suas operações para garantir a conformidade com as normas de segurança estabelecidas pelos órgãos reguladores. Essas auditorias são essenciais para garantir que a empresa esteja cumprindo com seus compromissos e para que qualquer falha ou irregularidade possa ser corrigida antes que se transforme em um problema maior.

Perspectivas Futuras: Continuidade dos Investimentos e das Ações de Segurança

Apesar da conclusão das obras de descaracterização de várias barragens, a Vale ainda tem um longo caminho pela frente para eliminar todas as estruturas a montante em suas operações. De acordo com a empresa, o Programa de Descaracterização de Barragens seguirá até 2026, com a meta de eliminar todas as estruturas a montante no Brasil. Esse processo exigirá novos investimentos, além da constante adaptação das soluções de descaracterização às particularidades de cada barragem.

A Vale reafirma seu compromisso com a segurança das comunidades vizinhas e com a proteção do meio ambiente, priorizando a eliminação de riscos e a realização de obras sustentáveis que busquem restaurar o equilíbrio ecológico das áreas afetadas pela mineração.

A medida de descaracterização das barragens é vista por especialistas como um avanço importante, mas também um reflexo das falhas do passado. O rompimento da barragem de Brumadinho, que resultou na morte de mais de 200 pessoas e na destruição de vastas áreas de vegetação, gerou um ponto de inflexão para a mineração no Brasil. Desde então, a indústria tem se esforçado para reconstruir sua imagem e garantir que tragédias semelhantes não se repitam.