A Vale anunciou o início das obras preliminares para a construção de uma segunda Estrutura de Contenção a Jusante (ECJ) no Sistema Pontal, localizado em Itabira (MG). A nova estrutura, que será erguida no bairro Bela Vista, tem como principal objetivo reforçar a segurança da comunidade local durante as obras de descaracterização dos diques Minervino e Cordão Nova Vista. A auditoria técnica independente do Ministério Público deu aval para o início das atividades na última quarta-feira (17), com previsão de conclusão para o primeiro semestre de 2025.
A ECJ2, com aproximadamente 330 metros de extensão e 4,75 metros de altura em seu ponto mais alto, será construída usando a mesma tecnologia da ECJ Coqueirinho, que envolve a cravação de estacas metálicas circulares. Luiz Coutinho, gerente de implantação do Programa de Descaracterização em Itabira, explica que “essa tecnologia diminui a vibração, geração de poeira e ruído, de forma a causar o menor impacto possível para os moradores próximos”.
Os diques Minervino e Cordão Nova Vista serão descaracterizados por terem sido construídos a montante, um método que apoia as estruturas sobre rejeitos. A nova ECJ tem como função reter o rejeito contido nos diques em caso de uma eventual ruptura, garantindo assim a segurança das pessoas e do meio ambiente. As obras de descaracterização dos diques estão previstas para serem concluídas até 2029.
Para a construção da nova estrutura de contenção, será necessária a realocação de 17 famílias. A Vale já iniciou o contato com os moradores afetados, que estão sendo indenizados com base em um Termo de Compromisso firmado com a Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais.
Itabira já eliminou mais da metade das suas estruturas a montante. Das dez barragens incluídas no Programa de Descaracterização de Barragens a Montante, seis já foram eliminadas, com a última sendo o dique 2, em outubro de 2023. A Vale continua investindo significativamente no programa, com cerca de R$ 8,5 bilhões alocados desde 2019 para a eliminação dessas estruturas em todo o Brasil.
As estruturas de disposição de rejeitos da Vale em Itabira são monitoradas permanentemente pelo Centro de Monitoramento Geotécnico (CMG) da empresa. As soluções adotadas para a descaracterização são customizadas para cada estrutura, realizadas de forma cautelosa e com prioridade na segurança das pessoas, na redução de riscos e nos cuidados com o meio ambiente.