As barragens 5-Mutuca, em Nova Lima, e Dique de Pedra, em Ouro Preto, tiveram seus níveis de emergência retirados, marcando mais um avanço da mineradora Vale na gestão de suas estruturas. Com a Declaração de Condição de Estabilidade (DCE) emitida para ambas, a empresa segue aprimorando a segurança e buscando eliminar riscos, após tragédias anteriores que colocaram o setor sob escrutínio rigoroso.
Essas ações integram o esforço contínuo da mineradora, que já retirou 15 estruturas do nível de emergência desde 2022. Além disso, todas as barragens construídas pelo método a montante, que carrega riscos elevados, estão em processo de descaracterização.
Avanços em segurança de barragens
A barragem 5-Mutuca, com uma área de 523 mil m², foi construída pelo método de alteamento a jusante e permanece ativa, recebendo sedimentos de estruturas próximas. Embora ativa, a barragem já não recebe rejeitos de mineração, o que contribui para a segurança. Após minuciosas investigações geotécnicas e ensaios de laboratório, as condições de segurança foram confirmadas, resultando na retirada do nível de emergência.
Já o Dique de Pedra, com 65 mil m², é uma estrutura inativa, construída pelo método de etapa única. Também alvo de intensivas avaliações, o dique recebeu adaptações para garantir sua segurança e, como resultado, também teve o nível de emergência retirado. Segundo a Vale, “a segurança das barragens é prioridade absoluta, com monitoramento constante e intervenções sempre que necessárias.”
Investimentos em segurança
Desde 2019, a Vale tem investido fortemente na segurança de suas barragens, com mais de R$ 9 bilhões destinados ao Programa de Descaracterização de Estruturas a Montante. Dentre as 30 estruturas contempladas, 15 já foram eliminadas, com a meta de não haver mais nenhuma barragem em nível máximo de emergência até 2025.
Um exemplo significativo desse processo foi a barragem B3/B4, localizada em Macacos, Nova Lima, que foi a primeira eliminada após ter atingido o nível 3 de emergência. Com um investimento de R$ 80 milhões, as obras de descaracterização garantiram segurança para as pessoas e o meio ambiente.
O Programa Global de Segurança de Barragens
A Vale também aderiu ao Padrão Global da Indústria para a Gestão de Rejeitos (GISTM), lançado em 2020. Essa iniciativa, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM), visa garantir que não haja danos a pessoas ou ao meio ambiente ao longo do ciclo de vida das barragens.
As principais estruturas da mineradora são monitoradas 24 horas por dia por Centros de Monitoramento Geotécnico, garantindo que ações preventivas ou corretivas sejam rapidamente implementadas.
Novo marco: 50% do Programa de Descaracterização concluído
Em outubro de 2024, a Vale alcançou outro marco significativo ao concluir a eliminação do Dique 1B, na mina Conceição, em Itabira. Com isso, a mineradora atingiu 50% de seu Programa de Descaracterização. A remoção foi concluída antes do prazo, enquanto as obras no Dique 1A continuam avançando, com previsão de conclusão ainda este ano.
Esse avanço reafirma o compromisso da Vale com a segurança e sustentabilidade, seguindo as exigências legais e regulatórias. Com 15 das 30 estruturas eliminadas, a expectativa é de que o programa continue dentro do cronograma, trazendo maior tranquilidade para as comunidades e regiões próximas.
Programa de descaracterização: O que é?
O Programa de Descaracterização de Estruturas a Montante foi lançado após os desastres com barragens que elevaram os riscos associados a esse método de construção. Estruturas a montante são especialmente vulneráveis a falhas catastróficas, como evidenciado nos desastres de Mariana e Brumadinho. O programa da Vale visa desativar e eliminar essas barragens, minimizando o risco de colapsos e tragédias ambientais.
Com a eliminação de 50% das estruturas previstas, a Vale demonstra seu esforço contínuo para garantir maior segurança e proteção ambiental em suas operações no Brasil.