O possível retorno do horário de verão no Brasil voltou a ser pauta do governo federal, impulsionado por recomendações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A medida, que foi descontinuada em 2019, pode voltar em 2024. Mas, afinal, se a mudança for confirmada, os brasileiros precisarão adiantar ou atrasar os relógios?
A resposta é: adiantamos os relógios em uma hora. Tradicionalmente, o horário de verão no Brasil significava que, à meia-noite de um determinado domingo, os relógios eram ajustados para 1h da manhã. Essa mudança permite aproveitar mais a luz natural nas horas de pico de consumo.
Discussão em andamento
A recomendação do ONS sugere a volta do horário de verão, mas o governo federal ainda avalia o impacto da medida. Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, disse na semana passada que a decisão será tomada em breve, embora tenha garantido que não há risco energético para 2024. A preocupação do governo, segundo Silveira, é com os anos seguintes, quando pode haver necessidade de ajustes no sistema energético para evitar sobrecargas.
“O horário de verão é uma possibilidade real, mas não é um fato, porque tem implicações não só energéticas, mas também econômicas”, afirmou o ministro. Ele também mencionou que a medida ajuda a reduzir o uso de usinas térmicas em horários de pico, um ponto importante para a sustentabilidade energética.
Uma medida antiga, porém polêmica
O horário de verão foi instituído no Brasil em 1931 e teve seu uso contínuo entre 1985 e 2019, quando foi revogado pelo governo anterior. O principal argumento para sua extinção foi a redução do impacto nas contas de energia, considerando o avanço tecnológico e a melhoria da eficiência no consumo de eletricidade.
Porém, a discussão de sua volta não se limita apenas à economia de energia. O governo, ao ponderar o retorno do horário de verão, também leva em conta seus efeitos sobre a vida cotidiana, o comércio e o turismo. De fato, a medida nunca foi unanimidade entre a população.
Uma pesquisa recente feita pelo portal Reclame Aqui, em parceria com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), mostrou que 54,9% dos entrevistados apoiam a volta do horário de verão, destacando o impacto positivo em atividades noturnas e no lazer.
Como se adaptar ao horário de verão?
Caso o governo decida pela volta do horário de verão, a mudança pode trazer desafios para quem já se desacostumou ao ajuste de uma hora no relógio. A transição pode afetar o sono e a rotina de trabalho de muitos, mas algumas medidas podem ajudar a adaptação:
- Ajuste gradual no sono: Antecipe o horário de dormir em 15 minutos a cada dia, alguns dias antes da mudança, para que seu corpo se acostume à nova rotina.
- Exposição à luz natural: Passar mais tempo ao ar livre, especialmente nas primeiras horas do dia, ajuda a ajustar o relógio biológico mais rapidamente.
- Evite estimulantes à noite: Diminuir o consumo de cafeína e eletrônicos perto da hora de dormir pode facilitar a adaptação ao novo horário.
- Rotina regular: Manter horários regulares para comer e fazer atividades físicas ajuda o corpo a se ajustar à nova rotina de forma mais natural.
Embora a decisão ainda não tenha sido confirmada, o retorno do horário de verão traria de volta não só a polêmica que o acompanha, mas também o desafio da adaptação pessoal e dos impactos econômicos que ela pode gerar.