“Saiba”, brilhantemente composta por Arnaldo Antunes, é sobre a igualdade entre pessoas, independentemente de fama, poder ou status. Unindo figuras históricas como Einstein, Platão e Nietzsche com indivíduos comuns, a música nos lembra de uma origem e experiências universais compartilhadas, destacando o medo e a mortalidade, realidades que igualam a todos.
Esta obra-prima da música brasileira questiona a hierarquia social. Ao citar personalidades históricas e figuras controversas, a música mostra que, independentemente de realizações, todos compartilham uma origem e um destino comum. A comparação entre grandes homens e indivíduos comuns reforça a ideia de igualdade fundamental.
Para entender “Saiba”, procurei aplicar teorias da argumentação no discurso, como as de Egg (2005) e Amossy (2007). Antunes usa argumentos na canção para sustentar suas ideias, revelando um ethos discursivo, mesmo inconscientemente, que cativa quem ouve a canção.
A linguagem de “Saiba” é rica em signos e símbolos que constroem os sentidos do texto. A união entre argumentação e análise do discurso, conforme Ruth Amossy, é essencial para entender como a música transmite uma mensagem profunda sobre igualdade humana.
Lançado em 2003, “Saiba” faz parte do sexto e homônimo álbum de Arnaldo Antunes, refletindo a complexidade de suas letras e destacando sua sonoridade peculiar. A faixa-título ganhou uma versão por Adriana Calcanhotto no projeto “Adriana Partimpim”. Gravado no Estúdio 304, no Rio de Janeiro, o disco foi produzido por Antunes e Chico Neves, e lançado pela BMG.
A letra causa um arrepio na espinha, mas também traz uma sensação de alívio ao nos lembrar que, apesar das diferenças aparentes, todos compartilhamos as mesmas vulnerabilidades e experiências humanas, destacando experiências universais como infância, medo e mortalidade.
Arnaldo Antunes utiliza a linguagem para nos lembrar da humanidade em sua essência comum, desafiando noções de superioridade e valorizando a universalidade da experiência humana.