Nos últimos dias tem crescido nas redes sociais brasileiras um movimento que defende a redução da escala de trabalho 6×1, na qual os trabalhadores laboram por seis dias consecutivos e descansam apenas um. Conhecido como Movimento VAT (Vida Além do Trabalho), esse grupo emergiu no TikTok no final do ano passado, atraindo tanto apoiadores entusiasmados quanto críticos fervorosos.
No domingo, 10 de novembro, a discussão sobre a extinção da jornada de seis dias ganhou ainda mais destaque nas redes sociais. A proposta de acabar com a escala 6×1 faz parte de uma iniciativa que recebeu o apoio da deputada Érica Hilton (PSOL-SP), que apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) na Câmara dos Deputados. A parlamentar tem se engajado ativamente nas mídias digitais para pressionar seus colegas a assinarem o requerimento de apoio à PEC, que necessita de 171 assinaturas para ser oficialmente apresentada. Até o momento, Érica já conseguiu mais da metade das assinaturas necessárias.
Segundo a deputada, a escala 6×1 é desumana e prejudica o bem-estar dos trabalhadores. “Não é justo que milhões de brasileiros tenham apenas um dia de descanso após uma semana exaustiva de trabalho. Precisamos repensar nossas leis trabalhistas para garantir mais qualidade de vida“, declarou em uma de suas postagens.
O Movimento VAT tem sido fundamental nessa mobilização, conseguindo a adesão de 1,8 milhão de assinaturas em uma petição online que defende a proposta. O movimento utiliza as redes sociais para disseminar informações, compartilhar depoimentos e reunir apoio popular. Apesar de enfrentar resistência e críticas, principalmente de setores empresariais que temem impactos econômicos, o VAT continua crescendo e ampliando sua influência.
Especialistas explicam que esse é apenas um dos movimentos que lutam por uma nova escala de trabalho. Tanto no Brasil quanto em outros países, a escala 4×3, defendida pelo Movimento VAT, já está sendo testada e implementada com resultados promissores. Empresas que adotaram semanas de trabalho mais curtas relatam aumento na produtividade, melhoria na saúde mental dos funcionários e redução no absenteísmo.
O fenômeno também reflete tendências internacionais que surgiram no mercado de trabalho. A pandemia acelerou discussões sobre flexibilidade laboral, equilíbrio entre vida profissional e pessoal e a importância do bem-estar dos trabalhadores. Países como Islândia, Nova Zelândia e Espanha têm conduzido experimentos com semanas de quatro dias, observando benefícios tanto para empregados quanto para empregadores.
A proposta de reduzir a escala de trabalho enfrenta desafios significativos. Críticos argumentam que a mudança poderia levar a aumentos nos custos operacionais e diminuir a competitividade das empresas brasileiras no mercado global. No entanto, os defensores enfatizam que a saúde e a satisfação dos trabalhadores resultam em ganhos de produtividade e inovação, compensando possíveis impactos financeiros.
O apoio de figuras políticas como a deputada Érica Hilton reforça a legitimidade do movimento e amplia o debate para a esfera legislativa. A mobilização popular é essencial para pressionar por mudanças nas leis trabalhistas, que muitas vezes não acompanham as transformações sociais e tecnológicas.
Em conclusão, a redução da escala de trabalho 6×1 é uma questão que merece atenção e discussão aprofundada. O Movimento VAT traz à tona a necessidade de repensarmos nossas práticas laborais e priorizarmos o bem-estar dos trabalhadores. Uma sociedade que valoriza a vida além do trabalho é mais saudável, produtiva e feliz. Cabe a todos nós — cidadãos, empresas e governo — construirmos juntos um futuro mais equilibrado e humano.